Avançar para o conteúdo principal

GATA – Grupo Activo de Teatro Amador - 1

:
Elenco da peça "MAR", de Miguel Torga

Caía a tarde. Uma tarde calma, sem vento que agitasse os ramos das árvores, sedentas da água que o verão escaldante lhes negava. Sentados, diante das bebidas que os refrescam, três homens sonham criar um grupo de teatro amador. São eles: Humberto Rocha, Manuel Cruz Caçador e Sargento Padilha. Tinha havido, no tempo dos nossos pais, algumas experiências nesse campo, mas logo amorteceram com o começo das grandes dificuldades económicas chegadas com o rugir dos canhões da II Grande Guerra. Depois tudo estagnou. Mas nós, que ouvimos falar com tanto entusiasmo alguns desses artistas populares, logo imaginávamos um palco, a cena, o público e os aplausos! E a nossa cabeça deitava “fumo”, como diria a minha saudosa avó. E a rodada de cerveja que nos serviram nunca mais terminava, porque os pensamentos voavam e o entusiasmo que nos fazia vibrar absorvia-nos por completo. E sonhávamos… e sonhávamos. E desse sonho nasceu o Grupo de Teatro, no ano da graça de 1973, a 27 de Setembro. Após delinearmos o esquema geral de actuação, decidimos procurar alguém que já tivesse a experiência que nos faltava para ensaiar. E a escolha recaiu no Júlio de Aveiro. Sabíamos que já tinha actuado no seu tempo de menino e moço e, mesmo mais tarde, já homem feito. As referências que lhe faziam, apontavam-no, sem sombra de dúvida, como uma boa aquisição. Pena foi que, algum tempo mais tarde, por motivos de saúde, tivesse de abandonar o Grupo. Entretanto já estava connosco o Sr. Augusto Fernandes, que comungava do nosso entusiasmo e, além disso, tinha conhecimentos da matéria. Foi-lhe atribuído o lugar de ensaiador. Tinham continuado as adesões com nomes que, mais tarde, se revelariam verdadeiros artistas. Humberto Rocha In Boletim Cultural da Gafanha da Nazaré (Continua)
:

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Gafanha em "Recordações de Aveiro"

Foto da Família Ribau, cedida pelo Ângelo Ribau António Gomes da Rocha Madail escreveu na revista “Aveiro e o seu Distrito”, n.º 2 de 1966, um artigo com o título de “Impressões de Aveiro recolhidas em 1871».   Cita, em determinada altura, “Recordações de Aveiro”, de Guerra Leal, que aqui transcrevo: (…)  «No seguimento d'esta estrada ha uma ponte de um só arco, por baixo da qual atravessa o canal que vai a Ilhavo, Vista Alegre, Vagos, etc., e ha tambem a ponte denominada das Cambeias, proxima à Gafanha.  É curiosa e de data pouco remota a historia d'esta povoação original, que occupa uma pequena peninsula. Era tudo areal quando das partes de Mira para alli vieram os fundadores d' aquelIa colonia agricola, que á força de trabalho e perseverança conseguiu, com o lodo e moliço da ria, transformar uma grande parte do areal em terreno productivo. Foi crescendo a população, que já hoje conta uns 200 fogos, e o que fôra esteril areal pouco a pouco se transformou em fertil e

Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré

Alguns subsídios para a sua história Em 1888,  inicia-se a sementeira do penisco no pinhal velho, terminando, na área da atual Gafanha da Nazaré, em 1910. Somente em 1939 ultrapassou o sítio da capela de Nossa Senhora da Boa Hora, ficando a Mata da Gafanha posteriormente ligada à Mata de Mira. (MG) A Colónia Agrícola da Gafanha da Nazaré foi inaugurada numa segunda-feira, 8 de dezembro de 1958, Dia da Imaculada Conceição, Padroeira de Portugal. Contudo, o processo desenvolvido até àquela data foi demorado e complexo. Aliás, a sua existência legal data de 16 de novembro de 1936, decreto-lei 27 207. Os estudos do terreno foram iniciados pela Junta de Colonização Interna em 1937, onde se salientaram as «condições especiais de localização, vias de comunicação e características agrológicas», como se lê em “O Ilhavense”, que relata o dia festivo da inauguração. O projeto foi elaborado em 1942 e, após derrube da mata em 1947, começaram as obras no ano seguinte. Terraplanagens,

1.º Batizado

No livro dos assentos dos batizados realizados na Gafanha da Nazaré, obviamente depois da criação da paróquia, consta, como n.º 1, o nome de Maria, sem qualquer outra anotação no corpo da primeira página. Porém, na margem esquerda, debaixo do nome referido, tem a informação de que faleceu a 28-11-1910. Nada mais se sabe. O que se sabe e foi dado por adquirido é que o primeiro batizado, celebrado pelo nosso primeiro prior, Pe. João Ferreira Sardo, no dia 11 de setembro de 1910, foi Alexandrina Cordeiro. Admitimos que o nosso primeiro prior tomou posse como pároco no dia 10 de setembro de 1910, data que o Pe. João Vieira Rezende terá considerado como o da institucionalização da paróquia, criada por decreto do Bispo de Coimbra em 31 de agosto do referido ano. Diz assim o assento: «Na Capella da Cale da Villa, deste logar da Gafanha e freguesia de Nossa Senhora de Nazareth, do mesmo logar servindo provisoriamente de Egreja parochial da freguesia de Nossa Senhora de Nazareth, concelho d’Ilh