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Inauguração do Lar Nossa Senhora da Nazaré

 4 de maio de 1991

Inauguração do Lar

O Lar Nossa Senhora da Nazaré foi inaugurado a 4 de maio de 1991, direcionado, nesta primeira fase, para o apoio à Terceira Idade. A festa da inauguração, que juntou muito povo, foi presidida por D. António Marcelino, Bispo de Aveiro, estando presente, em representação do Governo, o ministro Silva Peneda, bem como os presidentes da Câmara de Ílhavo e da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré, Manuel Galante e Mário Cardoso, respetivamente. O Prior da Freguesia, Padre José Fidalgo, foi o anfitrião, não escondendo a sua alegria pela inauguração do lar. 
No jornal “Timoneiro” afirma-se que a obra, de largo alcance social, importou em mais de cem mil contos, ficando com capacidade para 130 idosos, repartidos por Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Lar. 
O Prior Fidalgo sublinhou que este centro começou a ser construído «há 80 anos», numa clara alusão à importância da comunidade viva a que o primeiro Prior, Padre Sardo, deu grande impulso. Lembrou a família do capitão Ferreira da Silva que ofereceu mil contos para as obras e o Padre Artur Sardo que doou o terreno. 
O ministro Silva Peneda mostrou a sua satisfação por poder partilhar esta festa, que o Estado subsidiou: «Agrada-me saber que a política sobre a Terceira Idade tem que evoluir. O idoso já não é o outro que já não serve para nada», afirmou. 
Por sua vez, D. António Marcelino louvou «o esforço de convergências entre a Igreja e comunidades humanas», referindo que a Igreja, na sua vertente social e humanizadora, está a ser fiel ao Evangelho. Frisou que «os idosos não são trapos» e que «o que fazemos por eles o devemos fazer por uma atitude de gratidão». «Gostaria que esta casa juntasse a família dos idosos», disse o Bispo de Aveiro, adiantando que «os lares não deviam ser necessários, já que eles, os idosos, têm casa que construíram para si e para os seus filhos». Ainda acrescentou que «um lar de idosos tem de ser uma Universidade local», porque — esclareceu — «é com os idosos e com os doentes que eu tenho aprendido mais». 

Fernando Martins 



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