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Gafanha da Encarnação celebra aniversário

Paróquia foi criada há 90 anos





Como é sobejamente conhecido, da comunidade humana saiu a comunidade religiosa, com anseios, normais, de independência, em relação à freguesia e paróquia a que estava ligada — S. Salvador de Ílhavo.  Daí nasceu o movimento que levou à constituição da freguesia, criada por Decreto número  12 612, publicado no DG número 250, primeira série, de 8 de novembro de 1926, em resposta «à representação de vários cidadãos eleitores do mesmo lugar, pela qual se verifica tal urgência». 
O Decreto, assinado em 1 de novembro daquele ano pelo Presidente da República, António Óscar de Fragoso Carmona, e demais autoridades governamentais, esclarece que na nova freguesia está «integrado o lugar da Costa Nova do Prado».


A paróquia de Nossa Senhora da Encarnação, porém, só foi ereta canonicamente em 3 de maio de 1928 pelo Bispo-Conde de Coimbra, D. Manuel Coelho da Silva, diocese a que pertencia a nossa região. Nessa data, a nova paróquia é desmembrada da paróquia de São Salvador, de Ílhavo. Refere o Decreto do Bispo que no requerimento dos moradores do lugar da Gafanha da Encarnação e Praia da Costa Nova do Prado, freguesia de Ílhavo, se pede a criação de uma paróquia no lugar da Gafanha da Encarnação, tendo sido ouvido o pároco de Ílhavo. Diz ainda que «esta nova freguesia [paróquia] fica anexada à freguesia [paróquia] de Ílhavo até que tenha residência paroquial própria. Só depois disso lhe nomearemos pároco».

Entretanto, o primeiro pároco, Padre João Vieira Rezende, foi nomeado, tendo exercido funções entre 10 de novembro de 1928 e 1948. A elevação a vila aconteceu em 9 de dezembro de 2004, no âmbito da Assembleia da República, nos termos da alínea c) do artigo 161.o da Constituição. 
A promulgação do Presidente da República tem data de 7 de janeiro de 2005. No requerimento enviado à Assembleia da República, para além das notas histórias sempre importantes, sublinha-se a evolução crescente da freguesia, quer ao nível social e demográfico, quer cultural e económico. 

Fernando Martins 

“ÍLHAVO – Terra Milenar” 

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